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quarta-feira, 25 de maio de 2011

A BASE DA IGREJA


A base da igreja

  Para que se tenha a vida prática da igreja há dois aspectos básicos e principais. Devemos estar totalmente claros a respeito deles, pois sem eles não temos a realidade da vida da igreja. O primeiro é que o próprio Cristo como o fundamento é a vida, o conteúdo e tudo na igreja. Não é absolutamente uma questão de formas, doutrinas ou certos tipos de expressão. O segundo aspecto principal da vida da igreja é o da posição ou a base da igreja.
Base da igreja não é a mesma coisa que fundamento da igreja. O fundamento da igreja é Cristo. “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (1 Co. 3:11). A base é completamente diferente do fundamento. O fundamento é uma parte básica e inseparável da construção de um edifício, ao passo que a base não é. A base é um pedaço de terra, chamado terreno, sobre o qual é lançado o fundamento. Ela não é a parte da construção, mas simplesmente um terreno sobre o qual a construção está colocada.
 Não devemos confundir a base com o fundamento ou vice-versa. São duas entidades vitais para a construção de um edifício, porém distintas. Embora o fundamento possa estar profundamente alicerçado no solo, é, todavia distinto e separado deste. A base é o terreno sobre o qual está colocado o fundamento.
Estabelecidas em Ipiaú-(BA) há muitas assim chamadas igrejas. Uma, a Igreja Católica Romana, proclama estar edificada sobre Cristo como seu fundamento. Outra, a Igreja Batista, também proclama que seu fundamento não é outro senão Cristo. Os batistas, os assembleianos, os adventistas e muitos outros proclamam a mesma coisa. Na verdade, não há assim uma chamada igreja cristã que não faça isso. Todas proclamam que Cristo é o fundamento delas, más têm negligenciado totalmente a questão da base.
Quais são as verdadeiras bases sobre as quais tantas dessas assim chamadas igrejas puseram Cristo como seu fundamento? Qual é a base da Igreja Católica Romana? Sem dúvida é Roma. A Igreja Católica Romana, que proclama Cristo como seu fundamento, está erguida sobre a base do catolicismo romano. Sobre que base está erguida a Igreja Batista? É óbvio que a sua base está erguida sobre o batismo de João, bem como sobre o nome do mesmo; embora tenham Cristo como seu fundamento, os batistas estão posicionados sobre a base do batismo por imersão.
Vejam, todas as “Igrejas” reivindicam o mesmo fundamento que é Cristo, mas todas elas permanecem sobre bases diferentes. São as diferentes bases que criam o problema para a unidade da igreja, não Cristo como o fundamento.
Suponhamos que cada grupo de cristãos estivesse disposto a renunciar sua própria base particular: os católico-romanos abandonariam a base do catolicismo romano, os batistas a base do batismo, os assembleianos a base pentecostal, etc. - Todos os grupos estariam dispostos a abandonarem a sua própria base. Qual seria o resultado? Todas as bases sectárias desapareceriam e espontaneamente existiria apenas uma base única e comum, a base da cidade, a base de Ipiaú. Todas as diferentes denominações desapareceriam, e apenas restariam os santos com Cristo. Então, todos os santos aqui, com o único Cristo, formariam a única igreja em Ipiaú. A base local é a única base correta para a igreja em Ipiaú ou qualquer outra cidade que pode manter todos os santos nessa cidade em unidade.
Quando Paulo foi a Corinto pregar o evangelho e fazer a obra do Senhor, será que ele estabeleceu uma igreja “paulina” com Cristo como seu fundamento? E Apolo, que também ministrou em Corinto, estabeleceu uma igreja sobre a base de Apolo, tendo cristo como seu fundamento? Ou ainda Pedro, que possivelmente também tenha ido a Corinto, formou ele uma igreja “petrina” com Cristo como fundamento? É óbvio que nenhum deles fez isso. Em Corinto não havia uma igreja “Paulina”, nem, “Apolonica”, nem “Petrina”. Sendo assim, que fizeram eles? Quando Paulo foi a Corinto e conduziu as pessoas ao Senhor, ele estabeleceu a igreja em Corinto. Sobre que base? Sobre a base de Corinto. Ele estabeleceu a igreja em Corinto com Cristo como seu fundamento e sobre a base única da cidade. Quando Apolo foi a Corinto, ele não estabeleceu uma outra igreja, mas edificou os santos sobre o mesmo e único fundamento e sobre a mesma única base, a base de Corinto. Paulo plantou-os naquela base e Apolo regou-os sobre a mesma base.
Em 1 Co. 1:2 diz-se: “à igreja (no singular) de Deus que está em Corinto”. Paulo, Apolo e Pedro trouxeram seus diversos ministérios a Corinto, mas todos eles edificaram uma igreja com um fundamento, sobre a única base da unidade. Dessa maneira, enfim, apenas uma única igreja existia em Corinto com um tipo de santos, um fundamento que é Cristo e uma base que era a posição comum na cidade inteira. Uma igreja, um fundamento, uma base – é algo muito claro.
O problema hoje não está com o fundamento, mas com a base. É por causa disso que dizemos que, se quisermos ter a vida da igreja, precisamos considerar a base como o segundo ponto essencial que devemos levar em consideração. Sem Cristo como a nossa vida e conteúdo, e sem a base da unidade com os santos na cidade na qual vivemos como nossa posição definida, não podemos praticar a vida da igreja.
Há em Ipiaú diversas assim chamadas igrejas. Por que há tanta divisão? O problema, como vimos, não se deve ao fundamento, mas à base. Irmãos e irmãs, sobre que base vocês estão? Estão sobre alguma base denominacional ou sectária declarada ou não declarada, escrita ou não escrita? Qualquer base que apóie uma divisão entre o povo de Deus não é correta. Qualquer base sectária não é justificada pela palavra de Deus e é contrária ao princípio básico do Corpo de Cristo.
Não há lugar na Bíblia que registre mais de uma igreja numa cidade. Se você está vivendo em Ipiaú, você deve ser edificado juntamente com os outros crentes em Ipiaú, como a igreja nessa cidade. A igreja edificada em Jerusalém era chamada a igreja em Jerusalém (At. 8:1), e que estava em Antioquia era chamada a igreja em Antioquia (At. 13:1). No mesmo princípio, a igreja em Ipiaú deveria ser chamada a igreja em Ipiaú.
Precisamos sair das divisões não para formar outra divisão, e, sim, para retornar à base genuína, a base da unidade. Não há razão para estarmos divididos. Somos todos membros da única igreja. Por que simplesmente não nos ajuntarmos com os crentes, na cidade onde vivemos, para sermos a expressão da igreja? Não sejamos embaraçados nem confundidos pelo cristianismo. É uma coisa vergonhosa perguntar às pessoas a qual igreja elas pertencem. Se crêem, são nossos irmãos – isso é tudo. Eu pertenço à única igreja, e elas pertencem à mesma única igreja.
Conta-nos uma história que um irmão com uma Bíblia na mão tomava o ônibus para ir a uma reunião. No ônibus, outro crente distribuía folhetos aos passageiros e, quando viu o irmão com a Bíblia, disse: “Oh! Você deve ser um irmão!” O irmão respondeu que de fato era. Então o outro perguntou: “A que igreja pertence?” O irmão respondeu: “Eu pertenço à mesma igreja que você pertence; à mesma igreja que o apóstolo Paulo, o apóstolo Pedro, o apóstolo João e Martinho Lutero pertenceram, e à mesma igreja que todos os que crêem pertencem”. Quando o outro ouviu isso, disse: “isto seria maravilhoso!”
De fato, é maravilhoso. Oh! Reunamo-nos sobre a única base da unidade para termos uma genuína expressão dessa única igreja na cidade onde vivemos. Que o Senhor seja misericordioso para conosco.








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